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Em meados da década de sessenta, João de Sousa Teixeira começou a escrever arremedos do que havia de ser poesia e as pessoas acharam-lhe graça.
Em 1972, por conta própria e empenhamento de muitos amigos, publica os seus dois primeiros livros de poesia: Ro(s)tos do Meu País em 1972 , e Terra Alheia no ano seguinte.
Veio a guerra, mas ficou ao abrigo do ar condicionado: foi colocado em Cabo Verde. Por ali foi escrevendo em folhas de jornal. No caso o “Novo Jornal” até à independência do Arquipélago, em 5 de Julho de 1975.
Em Portugal havia coisas mais importantes que a sua poesia e começõu a lutar por coisas melhores, o que ainda hoje acontece, pese a desilusão e… a idade. Ah, e havia os seguros em que trabalhou durante 29 anos.
João de Sousa Teixeira só em 1980 voltaria a editar e logo três livros de poesia: Ultrapassar os Limites em 1980, Poesia de Costumes dois anos depois e Corpo de Poema em 85.
E acabaram-se, aí, as edições de autor. Voltou aos jornais, às revistas e também às colectâneas. Coisas de entreter e sustentar o vício.
Em 1988, a Editora Vega editou-lhe “Alegria Incompleta” que, aliás, fora contemplado com o Fundo de Apoio à Edição de Autores Portugueses da A.P.E., patrocinado pela Fundação Kalouste Gulbenkian. Só 20 anos depois soube que Fernanda Botelho gostou do que leu e disse-o na Colóquio/Letras, com o título de “Poesia do coisismo”. Em 1991, a Câmara pagou-lhe a edição de E(n)cantos de Castelo Branco.
Em 1999 deixou a Beira Baixa, os seguros e coisas menos relevantes e rumou ao Alentejo. Viana do Alentejo. Coisas bem, coisas assim-assim e coisas do arco-da-velha, emprego na Câmara Municipal e novo livro. Agora era ficção, “Mar de Pão”, onde João de Sousa Teixeira se rende à provincia do Alentejo de alma e coração. A Campo das Letras editou o texto, em 2003.
Com a mania de ter opinião sobre tudo o que acontece não deixou de escrever uma crónica mensal no Ensino Magazine, da editora RVJ, ofício que tinha desde a sua fundação há doze anos. Em 2008, quiseram estes amigos editar-lhe “Rebuçados, Caramelos & Sonetos”, poesia.
Descobriu recentemente a blogosfera para uso pessoal e agora, tem um blogue homónimo de um dos seu livros: Corpo de Poema.
Finalmente, e voltando ao discurso directo, acrescenta, de forma irónica, o autor:
"Quando em 1952 nasci, em Castelo Branco, os meus pais não suspeitaram nada do que acabo de contar. Talvez por isso me tratassem sempre bem. A mim e aos meus quatro irmãos."
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Ir para http://poetastrabajando.com/
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2 comentários:
Que bom que alguém se dedica a louvar os poetas portugueses que tanto merecem! Portugal está pelas costuras de gente que escreve maravilhosamente bem e dos quais não se ouve falar!
Bravo pela iniciativa
Caro poeta, João!
É com enorme prazer que o recebemos e acolhemos neste espaço, a fim de conhecermos seu trabalho, cuja apresentação de Henrique já não deixa a menor dúvida, trata-se de uma primorosa obra.
Seja bem vindo e obrigada pela sua presença.
Celêdian Assis
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