sábado, 15 de janeiro de 2011

9 - A SÓS COM A NOITE


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A luz que se arredonda
Alongando uma sombra sozinha
A saudade a bater
Uma dor que ao doer é só minha

Um desvio inquieto
Um olhar indiscreto na esquina
Um rapaz de blusão
Arrastando pela mão a menina

Passa um velho a pedir
Incapaz de sorrir pelos passeios
Um travesti que quer
Assumir-se mulher sem receios

O alarme de um carro
Um cigarro apagado indulgente
Um cheiro inusitado
O semáforo fechado para a gente

Sobe o fado de tom
E o fadista que é bom improvisa
Estão em saldos sapatos
Desce o preço dos fatos de cor lisa

Um eléctrico cheio
Uma voz de permeio vai chover
Bate forte a saudade
Como é grande vontade de te ver


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Um comentário:

Celêdian Assis disse...

Um texto intenso, aliado a uma melodia suave fazem deste vídeo um momento poético, em que se pode ouvir a solidão em meio aos ruídos da noite.
Bela escolha, poeta!
Celêdian